quarta-feira, 9 de maio de 2012

Migrante também gera polêmica na Rússia


O leste europeu em geral é associado como fornecedor de emigrantes para outras partes da Europa e do mundo. Mas uma pesquisa global sobre imigração feita pelo Instituto Ipsos mostrou um lado diferente do tema, com dilemas semelhantes aos que ocorrem em regiões com fama internacional de atrair estrangeiros.

O destaque vai para a Rússia, apontada como o segundo país no mundo com mais imigrantes vivendo em seu território, atrás apenas dos EUA. São cerca de 12 milhões de estrangeiros, que representam em torno de 8% da população. E em quarto na lista, logo atrás da Alemanha, aparece a Ucrânia, com 4,6 milhões de estrangeiros na ex-república soviética.

É certo que, dentre tais estrangeiros em território russo e ucraniano, muitos são de países que fizeram parte da URSS – incluindo ucranianos na Rússia e russos vivendo na Ucrânia.

Outro dado curioso apontado pela pesquisa é que, ao mesmo em tempo que a Rússia ocupa a vice-liderança em número de imigrantes no seu território, a sociedade russa é uma das menos tolerantes a estrangeiros – rejeição de 69%, atrás apenas de belgas e sul-africanos na lista global.  O número de imigrantes existente no país ainda é considerado “excessivo” por 77% dos russos entrevistados.

Aqui entra mais uma vez a herança soviética, com os ressentimentos étnicos e históricos ainda existentes entre os povos que formavam a antiga URSS. Mas esses fatores também são combinados com um fenômeno já bem comum na Europa Ocidental e que infelizmente ganha espaço na Rússia. Trata-se da xenofobia em relação à população islâmica, religião professada por cerca de 20 milhões de fiéis no país e majoritária em muitas ex-repúblicas soviéticas.

Uma prova desse sentimento de islamofobia na Rússia foi a oposição à construção de mesquitas na capital, Moscou, já abordada neste blog.