sexta-feira, 29 de janeiro de 2010

Onde eles estão?

Se há uma pergunta cuja resposta “vale um milhão de dólares”, certamente o paradeiro de Ratko Mladic e Goran Hadzic está entre as candidatas mais fortes. Para o Tribunal Penal Internacional para a Antiga Iugoslávia (TPI), que julga os crimes de guerra ocorridos na desintegração da antiga Iugoslávia, ambos estão escondidos em solo sérvio.




Ex-chefe militar dos sérvios da Bósnia e comandante do massacre de Srebrenica, Ratko Mladic é procurado desde 2006 pelo TPI. Sua entrega é considerada fundamental para que a Sérvia seja enfim aceita como integrante da União Europeia em um futuro próximo.

Já Hadzic, antigo líder sérvio na Croácia, responde no TPI por assassinato e deportação de centenas de pessoas no conflito entre sérvios e croatas entre 1991 e 1995.

Com a prisão do ex-presidente da Republica sérvia da Bósnia e também acusado de genocídio Radovan Karadzic, em 21 de junho de 2008, Mladic e Hadzic se tornaram os mais procurados criminosos de guerra da antiga Iugoslávia. A pressão pela captura de ambos deve ficar ainda maior este ano, quando completam-se 15 anos do massacre de Srebrenica, onde cerca de 8 mil bósnios foram assassinados.

segunda-feira, 25 de janeiro de 2010

Água "batizada"

Por trás de um fato curioso, uma constatação importante.

Em Irkutsk, no leste da Rússia, 117 fiéis foram hospitalizados após beberem água benta durante a celebração religiosa ortodoxa da Epifania. Ao todo, 204 receberam tratamento médico.

Agora, o fato relevante: segundo despacho da Associated Press reproduzido pela Folha Online, grande parte da água de torneira da Rússia não é potável. Traduzindo em números, 75% da água de superfície da Rússia está poluída. A situação é pior próxima dos grandes centros industriais do país.

Em grandes cidades do país, como São Petersburgo, Kaliningrado e Ekaterinburgo, considerável parcela da população enfrenta falta de energia elétrica, de água potável e de saneamento básico.

Essa situação é uma das péssimas heranças deixadas pelo regime soviético na Rússia. Enquanto a indústria bélica e espacial era altamente desenvolvida, outros setores ficaram de lado, desde a indústria de bens de consumo até investimentos em saneamento básico. Métodos mais limpos de geração de energia e para preservação do meio ambiente também ficavam em segundo plano.

Para um país que chegou a rivalizar a hegemonia global com os EUA e até hoje é de grande influência no cenário politico internacional, não deixa de ser vergonhoso.

terça-feira, 19 de janeiro de 2010

Sinal amarelo na Bósnia

Após a independência do Kosovo em 2008, é possível o surgimento de um novo país no cenário internacional? Em se tratando de Bálcãs, essa possibilidade nunca pode ser descartada.

Um dos locais candidatos a ser a nova “bola da vez” é a chamada Republica Srpska, ou República Sérvia da Bósnia, uma das duas entidades que compõem a federação bósnia, ao lado de outra república, a Muçulmano-Croata. Essa divisão, para lá de complexa, foi estabelecida pelo Acordo de Dayton, em novembro de 1995, que encerrou a Guerra da Bósnia. Mas ela já mostra sinais de esgotamento.

Quem chama a atenção para o problema é uma matéria do jornal britânico “The Times” (http://www.timesonline.co.uk/tol/news/world/world_agenda/article6987866.ece#cid=OTC-RSS&attr=6986833).
No Brasil, o blog Radar Global repercutiu o texto:
http://blogs.estadao.com.br/radar-global/bosnia-vive-temor-de-novo-conflito/

O líder servo-bósnio Milorad Dodik iniciou recentemente sua campanha eleitoral com a promessa de levar adiante um referendo propondo a separação da região onde os sérvios bósnios vivem, conhecida como República Srpska, do restante da Bósnia. Aseleições no país estão marcadas para o próximo semestre.

Os sérvio-bósnios consideram que o reconhecimento da independência unilateral do Kosovo abre precedente para que novos parâmetros sejam levados em conta para outros processos de secessão. Nesse caso, seguindo tal raciocínio, a República Sérvia da Bósnia teria o direito de decidir, por meio de um plebiscito, seu futuro como parte da Bósnia e reivindicar a independência.

Uma resolução nesse sentido foi aprovada pelo Parlamento sérvio-bósnio já em 21 de fevereiro de 2008, poucas semanas após a proclamação de independência kosovar. E agora ganha novo fôlego com a campanha de Dodik.

Outro ingrediente nesse caldeirão é a pretensão da Bósnia de ingressar na UE, sonho de consumo dos países balcânicos e que se tornou mais palpável a partir do ingresso da Eslovênia no grupo, em 2004. Para tanto, a Bósnia tem o desafio de manter o país unido – tarefa hercúlea, já que não há uma grande integração entre as entidades que compõem a federação bósnia.

Em 2010, alem da eleição, completam-se 15 anos do massacre de Srebrenica, o maior genocídio em solo europeu desde o fim da II Guerra Mundial. Poderia ele ser usado na retórica de líderes bósnio-croatas contra os sérvio-bósnios? Nada pode ser descartado.

Apesar de em geral ficarem à margem do cenário internacional, os Bálcãs podem voltar a ser palco de um conflito em breve. O sinal amarelo já foi acionado.

segunda-feira, 4 de janeiro de 2010

Sérvia bate à porta da UE

Em 19 de dezembro, a UE passou a permitir que cidadãos de Sérvia, Macedônia e Montenegro entrassem em países do bloco sem anecessidade de visto. Tal fato pode até parecer pouco, a princípio. Mas não para a Sérvia.

O país, o maior da antiga Iugoslávia, era tratado como uma ovelha negra do continente. Grande parte de sua péssima reputação se deve especialmente aos anos em que foi comandada por Slobodan Milosevic, o” carniceiro dos Bálcãs”, entre 1989 e 2000, quando foi derrubado.

Alguns sérvios comparam esse avanço como uma “queda da Bastilha”, ao permitir uma nova fase nas relações da Sérvia com a Europa.

Certos países ainda sofrem restrições quanto ao trânsito de seus cidadaõs pela europa. É o caso das antyigas repúblicas soviéticas de Belarus e Urcânia, além da Bósnia e de Kosovo. Este último, claro, é um caso ainda mais complicado, já que sua independência, mesmo considerada irreversível, ainda não goza de pleno reconhecimento internacional.