domingo, 31 de outubro de 2010

Mesquita vira motivo de polêmica na Rússia

O islamismo não é motivo de polêmicas apenas na Europa Ocidental. No leste europeu, mais exatamente na Rússia, a construção de uma mesquita vem provocando controvérsias em Moscou, conforme relata matéria do semanário alemão Der Spiegel (disponível para assinantes do portal UOL).




Além de ser um desdobramento que já ocorre em outros países europeus (como a proibição da burca na França e a questão sobre a imigração na Alemanha), a desconfiança cultural e social em relação ao Islã na Rússia tem um fator adicional: os conflitos separatistas existentes envolvendo povos de fé muçulmana que vivem na Rússia.

O mais conhecido deles é em relação à Tchetchênia, na conturbada região do Cáucaso, sul do país. Extremistas islâmicos vindos em especial dessa república separatista estiveram envolvidos em diversos atentados ocorridos na Rússia nos últimos anos. Em contrapartida, a reação violenta do governo russo alimenta o sentimento de ódio contra Moscou e os próprios grupos separatistas, já que as regiões que contestam a soberania do governo russo pouco ou nada recebem em troca. Um círculo vicioso que não ajuda nenhum dos lados a buscar um possível diálogo.

Estima-se que a população muçulmana na Rússia seja de 20 milhões de fieis, sendo que 1,5 milhão deles vivem na capital Moscou, local da mais nova polêmica.

sábado, 23 de outubro de 2010

Jornal de SP destaca rivalidade entre Estrela Vermelha e Partizan na Sérvia

A rivalidade entre os times sérvios do Estrela Vermelha e do Partizan foi tema de reportagem do jornal Folha de S.Paulo deste sábado. Os dois times jogam hoje pelo campeonato sérvio, no estádio do Estrela Vermelha, com direito a um forte esquema policial para evitar carnificina entre as duas torcidas.

A análise seria mais válida se tivesse ocorrido logo após os lamentáveis incidentes provocados por torcedores do Estrela Vermelha em Gênova, provocando o cancelamento da partida entre Itália e Sérvia pelas eliminatórias da Euro-2012. Mas a matéria é feliz em apontar três fatores por trás da baderna provocada na Itália:

1 - a hostilidade de torcedores do Estrela Vermelha contra o goleiro Stojkovic, que trocou o clube pelo Partizan, onde atua hoje – com direito a depoimento do atacante brasileiro Cléo, agora naturalizado sérvio, que tomou o mesmo caminho em 2008 e também sentiu o peso da ira da torcida do Estrela Vermelha ao ir para o Partizan, onde hoje é ídolo.

2 – falar da origem dos times na antiga Iugoslávia. O Estrela era vinculado ao Partido Comunista e tinha a simpatia da polícia. Já o Partizan tinha como base o exército responsável pela libertação da Iugoslávia pelos nazistas (os Partisans), comandados pelo marechal Tito, logo depois presidente da Federação Iugoslava e simpático ao Partizan.

3 – voltar até a Batalha do Kosovo de 1389 para explicar as raízes do nacionalismo sérvio, usado como pretexto pelos baderneiros de plantão que, sem guerras, usam o futebol e outros eventos que atraem multidões para “ se expressarem”

Em geral as notícias dadas sobre o leste europeu costumam se bastante superficiais na grande imprensa. A matéria citada aqui, felizmente, vai no sentido contrário. Claro, alguns pontos passam despercebidos, como o fato da torcida Partizan estar longe de ser uma madre de pés descalços. Apesar de ser considerada mais tolerante do que a do Estrela Vermelha, é tão violenta quanto à rival.

Outro ponto não citado que pesa na rivalidade entre os dois times é justamente Tito. Herói da libertação iugoslava contra os nazistas,o marechal e comandante do país entre 1945 e 1980 era de origem croata – algo que os ultranacionalistas sérvios custam a engolir. Por isso, a torcida do Estrela Vermelha costuma chamar os apoiadores do Partizan de “croatas”, ofensa considerada grave entre os sérvios .

No balanço final, a matéria é muito positiva ao ir além do que se costuma ver na grande imprensa. Pena é que uma região com uma cultura e história tão ricas apareça no noticiário internacional mais por guerras passadas e badernas provocadas por vândalos do que pelas suas qualidades .

terça-feira, 19 de outubro de 2010

Filme de Angelina Jolie causa polêmica na Bósnia

Famosa como atriz e ativista de causas humanitárias pelo mundo, Angelina Jolie agora também tenta a sorte como diretora. E escolheu um tema para lá de arriscado e espinhoso para sua estreia: um romance entre uma bósnia muçulmana e um soldado sérvio durante o início da Guerra da Bósnia (1992-1995) e a influência do conflito no relacionamento entre ambos.


A grande polêmica veio quando boatos repercutidos pela imprensa bósnia apontavam que o roteiro do filme, na verdade, tratava de uma história de amor entre uma mulher muçulmana violentada e seu carrasco, um sérvio, causando indignação nas associações de vítimas de guerra. Os organizadores do filme negaram a veracidade dos boatos, mas a polêmica já estava criada.

A repercussão dos rumores levou à proibição de filmagens do longa em território bósnio, que foram novamente liberadas somente após o Ministério da Cultura da Bósnia ter acesso total ao roteiro. Antes, a liberação para as gravações na Bósnia havia sido concedida com base em uma sinopse do filme.



Em se tratando de Bósnia e Bálcãs, o simples fato de tocar no assunto da guerra já é suficiente para provocar controvérsias. O grau aumenta a níveis perigosos quando os personagens principais do filme são um soldado sérvio e uma bósnia muçulmana. A suposta existência de um episódio de estupro entre ambos – até aqui, felizmente, negada – seria nitroglicerina pura.

Além do que, é claro, seria uma grande estupidez e falta de respeito com o povo bósnio por parte de Jolie. Ainda mais pelo fato da atriz ser embaixadora da Boa Vontade da Acnur, programa da ONU para refugiados – um problema crônico da Bósnia que Angelina conheceu bem em abril, quando esteve no país pela primeira vez.

A polêmica criada em torno do filme mostra como as cicatrizes das guerras dos anos 90 ainda permanecem bem abertas na Bósnia. Ao lidar com o tema, todo cuidado é pouco, seja para não esbarrar em clichês já estabelecidos, seja para não aumentar as tensões étnicas entre os povos que vivem – ou pelo menos tentam – dentro das mesmas fronteiras.

"Espero que as pessoas não julguem o filme antes de vê-lo. Decidi rodar nesta região e usar este período histórico para lembrar o que ocorreu em um passado não tão distante às vítimas que sobreviveram à guerra", disse a atriz.

As filmagens do longa já estão ocorrendo na Hungria. As gravações na Bósnia devem acontecer a partir de novembro, em Sarajevo. Mas, como são poucas as informações sobre o filme – ainda não foi divulgado qual será o nome, por exemplo –, o potencial para polêmicas a respeito do assunto parece longe de se esgotar.

sábado, 16 de outubro de 2010

Croácia celebra o Dia da Gravata

Item considerado indispensável em trajes sociais em todo o mundo – e odiado por muitos que o utilizam, a gravata tem um dia dedicado a ela na Croácia.



Explica-se: foi lá que a gravata surgiu. A história mais conhecida sobre a origem do artigo data de 1618, quando soldados croatas passaram por Paris usando um lenço no pescoço. O adereço, chamado de 'cravate' (derivado da palavra 'croata'), virou moda na França, e passou a ser usado pela nobreza e pela realeza - Luis XIV foi um dos adeptos do novo estilo. Mas foi apenas no século XX que a gravata se espalhou e se popularizou pelo mundo, sempre associada a ocasiões formais.

Outras histórias a respeito da origem da gravata remontam a lenços usados por soldados chineses e romanos no século III A.C, que serviam para proteger do calor, limpar a boca e até estancar o sangue no caso de algum ferimento.

Mas a fama de criadores da gravata ainda cabe aos croatas. E neste sábado o país comemora o Dia da Gravata, no qual soldados desfilam em trajes militares de época diante do parlamento de Zagreb, capital do país.

sexta-feira, 15 de outubro de 2010

As causas das badernas em Gênova e Belgrado

O que há em comum entre os dois últimos posts abaixo, de brigas de torcedores sérvios na Itália, e outro por causa de uma manifestação de homossexuais?

Resposta: A política e a história recente da Sérvia.

Os baderneiros que provocaram confusão na Itália pertencem ou possuem ligações com os mesmos grupos que trouxeram caos ao centro de Belgrado por conta da realização da Parada Gay na cidade. As torcidas organizadas sérvias são compostas por ultranacionalistas que não toleram diversidade étnica, religiosa ou cultural. Albaneses, croatas, bósnios, homossexuais ou mesmo sérvios que eles julgarem traidores da pátria, de um grupo ou clube de futebol são transformados em alvos da barbárie.

Um post para lá de esclarecedor do jornalista esportivo Mauro Cezar Pereira, da ESPN Brasil, faz a ligação não apenas entre os dois eventos violentos envolvendo grupos sérvios, mas mostra como política, nacionalismo e futebol andam de mãos dadas no país.

Para um país que luta para apagar a imagem negativa que ganhou após as guerras dos anos 90 na ex-Iugoslávia, brigas como as ocorridas em Belgrado e na Itália são exatamente o tipo de coisa das quais a Sérvia não precisa.

quinta-feira, 14 de outubro de 2010

No futebol, vergonha sérvia e façanha de Montenegro

Torcedores sérvios espalharam medo antes do início do jogo da seleção contra a Itália, nesta terça-feira, em Gênova, pelas eliminatórias da Eurocopa-2012. O jogo entre as duas equipes acabou cancelado por causa dos incidentes. E a baderna promovida pelos torcedores pode custar caro ao futebol da Sérvia.

Em Gênova, torcedores sérvios atacaram o ônibus da seleção do próprio país, depredaram estabelecimentos comerciais na cidade e dependência do estádio Luigi Ferraris, onde aconteceria a partida.

A Uefa, entidade que comanda o futebol na Europa já anunciou que via investigar o ocorrido na cidade italiana. A Sérvia corre o risco de ser eliminada da competição e excluída da disputa de torneios no continente. A punição pode ser estendida também para as competições de clubes. O Partizan, time da capital sérvia, Belgrado, disputa a fase de grupos da Liga dos Campeões e pode acabar prejudicado.

A punição é dura, mas será o preço a ser pago pela Sérvia pelo vandalismo dos torcedores do país e por fracassar em coibir tais torcidas – se é que podem ser considerados como tal. Péssimo para um país que já teve um de seus clubes, o Estrela Vermelha, no topo do futebol europeu e tantos jogadores de renome em clubes de ponta no continente.

Enquanto a torcida faz a Sérvia passar vergonha no cenário esportivo europeu, um país vizinho vem se destacando positivamente. É a seleção de futebol de Montenegro, que até 2006 estava ligado à Sérvia e disputa a sua segunda competição como país independente.

A equipe, que tem como principal jogador o atacante Mirko Vucinic, artilheiro da Roma (Itália), é a atual líder do grupo G das Eliminatórias da Eurocopa-2012, com três vitórias e um empate nos quatro jogos já disputados. Na última partida, ficou no empate em 0 a 0 contra a Inglaterra, na última terça, em Londres. O resultado foi considerado surpreendente e comemorado pelos montenegrinos, caçulas da Uefa, contra uma seleção que já foi campeã mundial, em 1966.

terça-feira, 12 de outubro de 2010

Homofobia, intolerância e vandalismo na Sérvia

Evento corriqueiro em diversas cidades pelo mundo, a realização de uma Parada Gay foi o motivo de um confronto que transformou Belgrado, a capital da Sérvia, em uma praça de guerra. O desfile acabou como destaque na imprensa internacional por causa da violenta manifestação contrária à parada, e não pela marcha em si.

Cerca de mil pessoas participavam da marcha, no último domingo. O evento era cercado de grande expectativa na Sérvia, já que, nos dias anteriores à Parada, cartazes contrários ao evento e ofensivos aos homossexuais estavam espalhados por Belgrado e outras cidades sérvias. Um forte esquema de segurança, composto por 5 mil policiais, foi preparado para a marcha – e logo percebeu-se que tal medida era necessária.

Antes do início da Parada Gay, aos gritos de “morte aos homossexuais”, cerca de 6.000 pessoas atacaram policiais com pedradas, garrafas e tijolos em diferentes acessos às ruas do desfile, no centro da cidade, onde ficam prédios de várias instituições públicas. Nos confrontos entre policiais e homófobos, 158 pessoas ficaram feridas, a maioria delas policiais. Prédios públicos e veículos foram depredados durante o confronto. Ao final, 249 pessoas foram presas.



A cena, na verdade, é uma repetição do que ocorreu na cidade em 2001, ano em que ocorreu a última parada do tipo em Belgrado. Na época, também foi alvo de manifestantes contrários à realização da marcha. A violenta reação dos homófobos provocou a suspensão da Parada Gay de Belgrado, que voltou a ser realizada neste ano.

Entre os manifestantes homófobos estão arruaceiros de grupos que já costumam provocar problemas em outras ocasiões, como integrantes de torcidas organizadas de futebol e de grupos de extrema-direita. Entre eles o ultranacionalista Obraz, comandado por Mladen Obradović, já responsável por outros atos violentos no país.

A Igreja Ortodoxa Sérvia, bastante influente no país, manifestou-se contrária ao desfile, mas condenou a violência dos extremistas.

Enquanto o debate sobre os direitos dos homossexuais avança em diversas partes do mundo, ainda engatinha na Sérvia, mesmo quando comparado a países vizinhos. Nos Bálcãs, as capitais Zagreb (Croácia) e Ljubljana (Eslovênia) já sediam edições regulares do movimento. Na Sérvia, uma pesquisa de opinião recente revela que 67% da população acredita que o homossexualismo é uma doença; para 56%, o homossexualismo representa um perigo para a sociedade; e 49% dizem que nunca tolerariam um membro gay na família.

domingo, 10 de outubro de 2010

Uma Bósnia ainda partida

O último 3 de outubro não foi dia de eleição somente no Brasil. A Bósnia também foi às urnas escolher os novos representantes do país, que se debate entre o sonho de se integrar à e as divisões político-étnicas que deixam um ar de incerteza no futuro do país.

O resultado foi menos pessimista do que o esperado pelos analistas internacionais, que previam grande abstenção dos eleitores não-alinhados com posturas nacionalistas, o que não ocorreu. Mas as tensões existentes entre os bósnios muçulmanos, croatas e sérvios mostram que o país, 15 anos após o fim da sangrenta guerra de separação da Iugoslávia, continua sendo uma terra partida.


Antes de falar da eleição propriamente dita, é necessária uma pequena explicação sobre a estrutura política do país. A Bósnia é composta por duas entidades : a Federação da Bósnia-Herzegóvina, de maioria bosniak (bósnios muçulmanos) e croata, e a Republika Srpska, do lado dos sérvio-bósnios. Cada uma das três etnias tem um presidente próprio e eles, juntos, exercem a presidência colegiada da Bósnia. Achou pouco? Pois essa fórmula incomum é só a ponta do iceberg.

Além da presidência tríplice, são 13 primeiros-ministros (um para cada entidade, um para equivalentes aos estados, mas com autonomia muito maior -dentro da Federação, e um para o distrito de Brčko, que, de acordo com decisão internacional, está submetido diretamente ao governo central e desfruta de grande autonomia); 13 constituições; 14 sistemas legais; e mais de 140 ministérios para uma população que beira os quatro milhões de habitantes, distribuídos por um território equivalente a um quinto da área do estado de São Paulo. Além disso, todos os documentos oficiais são escritos em dois alfabetos, o latino e o cirílico - mais comum nas regiões de maioria sérvia.



Agora, voltando às eleições. A votação teve participação maior do que a esperada, especialmente da porção antinacionalista do eleitorado. A principal mudança ocorreu do lado bósnio-muçulmano, com o moderado Bakir Izetbegovic, filho do ex-presidente Alija Izetbegovic, vencendo o então favorito e linha dura Haris Silajdžić, candidato à reeleição. Pelos bósnio-croatas, foi escolhido Zeljko Komsic; já os sérvio-bósnios reelegeram o conservador Nebošja Radmanović, cujo partido defende mais autonomia (e mesmo a separação da Republika Srpska), após uma disputa apertada com Mladen Ivanić, de postura mais liberal.

Em resumo, o eleitorado antinacionalista compareceu com maior força às urnas, mas ainda não o suficiente para mudar o atual panorama político da Bósnia. Os lideres sérvio-bósnios ainda querem mais autonomia, o que cria uma série de obstáculos para que a presidência tríplice da Bósnia de fato funcione – sem contar toda a estrutura já descrita acima, longe de ser um exemplo de eficiência. Entre os croatas há o desejo de que seja formada no país uma região dedicada à comunidade, a exemplo da existente para os sérvio-bósnios. Outro grande desafio é a economia, que caiu cerca de 3% em 2009, devido à crise global. Mas a complexa estrutura estatal e as disputas étnicas impedem decisões e a implantação de projetos mais duradouros para o país.

Integração à UE ou o fim do Estado bósnio nas próximas décadas, como acreditam certos políticos do país, em especial os de origem sérvia? A maior participação do eleitorado não-alinhado com as tendências nacionalistas é, certamente, a grande e positiva novidade da eleição. Se esse movimento significar o surgimento – mesmo que tardio – de uma consciência de que, sejam sérvios, croatas ou bosniaks, todos são cidadãos da Bósnia-Herzegóvina, ainda é cedo para dizer. Mas não deixa de ser um alento constatar que já existe uma parcela significativa da população que já percebeu que, independente da etnia, tentar manter uma convivência pacífica é um dos pré-requisitos para que a Bósnia possa evolui, econômica, política e socialmente.

sexta-feira, 1 de outubro de 2010

Polônia pede à América Latina fundos para preservar Auschwitz

O campo de concentração e de extermínio de Auschwitz, no sul da Piolônia parece ser uma boa amostra de que “palavras são muito bonitas, mas que de nada valem se não forem acompanhadas de atos concretos”.

Desde 1945, a Polônia tem financiado praticamente sozinha a manutenção do antigo campo, um dos principais palcos do Holocausto, onde mais de um milhão de pessoas, em sua maioria judeus, foram assassinados. O orçamento de 2009 ficou em 7 milhões de euros. O governo polonês entra com US$ 4,6 milhões anuais, enquanto as contribuições estrangeiras são simbólicas. A fundação conta com recursos próprios, mas que são insuficientes para cobrir todos os custos. Promessas de doações existem, mas por enquanto não se tornaram atos concretos.



"Seria vergonhoso permitir que o campo de concentração desapareça", explicou o diretor da fundação Auschwitz-Birkenau, Jacek Kastelaniec, responsável pela iniciativa internacional iniciada para evitar a destruição do campo, que está ameaçado pela neve, pela água e, sobretudo, pelo tempo.

Mais barato seria reconstruir todo o campo de concentração, mas a fundação que cuida do local quer mantê-lo como ficou após o fim da Segunda Guerra, em 1945. "Nós não podemos reconstruir, o que seria mais barato, mas precisamos preservar, o que é muito mais caro", ressaltou Kastelaniec.

Agora, a fundação responsável pela administração de Auschwitz busca recursos pelo mundo para continuar conservando o local. Brasil e Argentina devem ser visitados em dezembro. O objetivo é arrecadar 120 milhões de euros até 2015.

O valor pode parecer alto, mas ainda mais caro é ter de arcar novamente com os prejuízos que o mundo teve com a Segunda Guerra Mundial – e não apenas os econômicos ou os provocados pelo nazismo. Auschwitz representa – ou deveria representar – tudo aquilo o que a humanidade já foi capaz no quesito insanidade, para que nunca mais se repita.

O local tem cerca de 200 hectares, onde existem 155 edifícios e 300 ruínas --incluindo as das câmaras de gás--, e em 1979 foi declarado Patrimônio da Humanidade pela Unesco.

No ano passado as instalações receberam 1,3 milhão de visitantes.