sexta-feira, 27 de agosto de 2010

A proeza de Madre Teresa no leste europeu

O dia 26 de agosto marcou o centenário de nascimento de Madre Teresa, que se destacou pela vida dedicada aos pobres, enfermos e desabrigados dos bairros pobres de Calcutá (Índia). Pelo conjunto de sua obra, ficou conhecida como “a santa dos pobres”.

Mas, o que Madre Teresa tem a ver com o assunto deste blog, que é leste europeu? Logo abaixo você vai perceber que tem muito a ver...

Madre Teresa, cujo nome era Agnes Gonxha Bojaxhiu, nasceu em Skopje, (Macedônia) em 26 de agosto de 1910. Os país da religiosa, de etnia albanesa, nasceram no Kosovo. O mais novo país europeu, aliás (reconhecido ou não), proclamou 2010 como o ano de Madre Teresa, por considerar a religiosa uma defensora da identidade albanesa. Na própria Albânia, uma peregrinação nacional em homenagem à religiosa também foi feita no dia 26.



No mesmo dia, na Sérvia, uma missa solene foi celebrada na Catedral do Sagrado Coração pelo arcebispo de Belgrado, Stanislav Hoevar, e uma mostra fotográfica será aberta. A celebração do centenário segue no país até o final deste ano.

De tão marcante, o trabalho da Madre Teresa foi capaz de ignorar as diferenças existentes entre as religiões (hinduísmo na Índia, Islamismo na Albânia e Kosovo, cristianismo ortodoxo na Sérvia). E ainda colocar do mesmo lado países que não se bicam no cenário internacional, como Sérvia e Kosovo. Sem dúvida, mais uma proeza da religiosa macedônio-kosovar-indiana.

Madre Teresa recebeu o prêmio Nobel da Paz em 1979. Ela faleceu em 5 de setembro de 1997, aos 87 anos, e foi beatificada pelo papa João Paulo II em outubro de 2003.

terça-feira, 24 de agosto de 2010

Diferentes na cabeça e no coração

“Somos diferentes aqui (apontando para a cabeça) e aqui (indicando o coração)”. Esta é uma das formas pelas quais os ucranianos demonstram as diferenças que possuem em relação aos russos. Em 24 de agosto, completam-se 19 anos da declaração de independência ucraniana sobre a União Soviética, oficialmente dissolvida ao final de 1991.

Desde o colapso soviético, antigas repúblicas tentaram criar identidades diferentes de Moscou ao abolir símbolos soviéticos e disseminando suas próprias perspectivas sobre eventos centrais. Com a Ucrânia não é diferente.

Os ucranianos, apesar de terem cultura e língua próprias, estiveram ligados aos russos desde meados do século XIV. As práticas culturais ucranianas eram desestimuladas pelo Império Russo,o que não impediu seu desenvolvimento, especialmente pelo século XIX.

Após a Revolução Russa (1917), a Ucrânia obteve um breve período de independência. Em 1922, o país passou a integrar a União Soviética. Assim como outros povos que compunham a antiga federação, sofreu com o processo de “russificação”, que impunha a cultura russa e condenava práticas culturais dos demais povos.

Independente, a Ucrânia luta contra heranças do domínio soviético, como a dependência da Rússia russa em setores como o de energia – o fornecimento de gás à Ucrânia já foi cortado pelos russos mais de uma vez nos últimos anos. Outra herança, para lá de negativa, é o desastre nuclear ocorrido na usina de Cherbobyl, ocorrido em 1986 em solo ucraniano. Ao mesmo tempo, vive o dilema da maioria dos países do leste europeu: aproximar-se ou não do Ocidente e tentar achar um espaço no cenário global.

terça-feira, 17 de agosto de 2010

A "Maldição de Agosto" na Rússia

Coincidência ou não, o mês de agosto – que tem a fama de ser o mais agourento do calendário – tem sido farto em tragédias para a Rússia nos últimos anos. No atual mês, a Rússia enfrenta a pior onda de calor da história do país e vê florestas sendo consumidas por incêndios. A capital, Moscou, passou dias “escondida” sob a fumaça das chamas nos arredores da cidade.



A história recente russa coleciona tragédias e incidentes negativos ocorridos em agosto no país. A começar por 1998, quando a Rússia enfrentou uma grave crise financeira, que levou à desvalorização do rublo em 75% e deixou 35% da população abaixo da linha da miséria na época.

Outro incidente na história recente russa ocorrido em agosto foi o acidente com o submarino nuclear Kursk, em 12 de agosto de 2000. Morreram 118 marinheiros no acidente, que até hoje não foi devidamente esclarecido. O livro “Kursk – O Orgulho Perdido da Rússia” conta em detalhes a história do naufrágio.

A relação “amistosa” da Rússia com agosto também inclui a guerra com a vizinha Geórgia, por causa da região da Ossétia do Sul, que busca independência da Geórgia e conta com apoio russo. O conflito foi iniciado em 8 de agosto de 2008 e encerrada seis dias depois. A relação entre os dois países, no entanto, segue tensa.



Os atentados terroristas, a maioria provocados por grupos separatistas que agem no país, também são fartos em meses de agosto. Abaixo, seguem alguns:

Agosto de 2003 - Um suicida que dirigia um caminhão carregado de explosivos atinge um hospital militar em Mozdok, na Ossétia do Norte, fronteira com a Chechênia. Cerca de 50 pessoas morrem no atentando
24 de agosto de 2004 - Dois aviões com passageiros russos explodem simultaneamente e 90 pessoas morrem durante o atentado.

Agosto de 2004 - Atentado suicida mata 10 pessoas e fere outras 51 em Moscou.

Agosto de 2006 - Uma bomba mata 10 pessoas em um mercado no subúrbio de Moscou.

Agosto de 2009 - Um homem-bomba, motorista de um caminhão, é o responsável por um atentado em Nazran, a maior cidade da Inguchétia; 20 pessoas morrem e outras 138 ficam feridas.

E a lista ainda inclui a explosão na usina hidrelétrica de Shushénskaya Sayano, a maior do país, localizada na Sibéria, que matou seis pessoas e feriu outras oito.
Pelo jeito, agosto não é sinônimo de boas notícias para a Rússia. E o mês ainda está na metade...

domingo, 8 de agosto de 2010

Fim do Trabant na Alemanha?

Em 2009, falava-se demais nele pela Alemanha. Agora, o famoso veículo Trabant, símbolo da antiga Alemanha Oriental, volta ao caminho que estava tomando antes das festividades da queda do Muro de Berlim. Tornar-se cada vez raro. É o que relata o texto no link abaixo, da revista alemã Der Spiegel, traduzido pelo UOL.

http://noticias.uol.com.br/midiaglobal/derspiegel/2010/07/30/automoveis-trabant-da-alemanha-oriental-rumam-para-a-extincao.jhtm

Os incentivos do governo alemão para renovação da frota vão levando os antigos donos de Trabant a abandonar o velho modelo alemão-oriental por veículos mais novos e modernos. Já os Trbant são feitos de Duroplast – uma mistura de pó de resina e algodão – e a maioria deles estão,literalmente, caindo aos pedaços. A fabricação do “Trabi”, como também é conhecido, foi interrompida em 1991

Extinção total do Trabant? Não, dificilmente chegará a tanto. E não é preciso pesquisar muito para saber o porquê.



O carro, que chegou a ser considerado o pior do mundo, hoje é um símbolo cult e de nostalgia. Existem clubes dedicados ao veículo espalhados por toda a Alemanha. O velho carrinho também é uma atração turística a mais para quem visita a antiga Berlim Oriental, por exemplo. Há empresas especializadas em levar passageiros para dar uma volta nos “Trabis”. Sem contar um projeto ousado da montadora IndiKar, que pretende fabricar para 2012 veículos elétricos com estilo semelhante aos Trabant que rodavam aos montes pela Alemanha Oriental e outros países do Leste europeu.

Mesmo já fora de linha, a vida do “Trabi” mostra que ainda pode ser bem mais longa do que se pensa...