quinta-feira, 31 de dezembro de 2009

UE pede, e Lituânia fecha sua única usina nuclear

No retorno deste blog após meses adormecido (por falta de tempo para atualização, já que assuntos não faltam sobre o Leste europeu), um velho tema em pauta: a questão nuclear na região.

Após 26 anos de funcionamento, a usina nuclear de Ignalina, a única da Lituânia, deixa de operar. O fechamento atende a um pedido da UE, bloco econômico do qual o país faz parte desde 2004.



A usina, é do mesmo modelo de Chernobyl (Ucrânia), que explodiu em 1986 e aterrorizou a Europa. O medo de que um desastre parecido ocorra no continente continua bem presente no imaginário europeu.

Com o fechamento, a Lituânia se tornará mais dependente da energia que vem da vizinha Rússia – algo que sem dúvida não deve alegrar muito os lituanos. O preço da energia consumida no país também deve sofrer grande reajuste.

É de se esperar que a Lituânia receba algum tipo de compensação financeira ou comercial para abrir mão de sua maior fonte de energia. A usina de Ignalina já chegou a responder por 80% da energia consumida no país.

O fechamento de Ignalina pode ser um indício do que pode ocorrer com outras usinas nucleares localizadas em países do Leste Europeu – e que nem sempre estão em boas condições de operação. Mas também traz à tona uma contradição dentro da UE, já que ao mesmo tempo que países-membros do bloco são pressionados a fechar suas unidades nucleares, outros países como a França continuam a ter sua matriz energética apoiada especialmente sobre a energia nuclear.